Saci: o muleque é bolado
1. Ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos.2. O saci nasce e vive nos bambuzais mas não se pode olhar no oco do bambu para vê-lo pois ele pode soprar a brasa do seu pito no olho e cegar o curioso.
3. Existem três espécies de saci: trique, saçurá e o pererê. O saci-trique emite um ruído característico ("Trique"), o saçura é um negrinho de olhos vermelhos e o saci-pererê é o mais comum e corresponde às descrições por nós conhecidas.
4. Segundo as superstições, quando se perde algum objeto, pega-se uma palha e dá-se três nós, pois se está amarrando o pênis do saci. Enquanto ele não achar o objeto desfaz os nós. Ele logo faz a gente encontrar o que perdeu porque fica com vontade de mijar.
5. Os portugueses que o tornaram negro, o saci era uma ave na tradição indigena.
6. O Saci entra por alta noite nas alcovas, e pelo buraco da fechadura da porta. Tem na cabeça um barrete encarnado, escarrancha-se à vontade em cima das pessoas e a ele são atribuídos os grandes pesadelos. Só quando a pessoa acorda, é que ele vai embora. O pesadelo é o Diabo que vem com uma carapuça e com uma mão muito pesada. Quando a gente dorme com a barriga para o ar, o pesadelo põe a mão no peito de dorme e não deixa gritar. Se alguém lhe pudesse agarrar na carapaça, ele fugia para o telhado, e era obrigado a dar quanto dinheiro lhe pedissem, enquanto não lhe restituíssem a carapuça.
7. A carapuça do saci é o chamado "Pileus Romano". O pileus era uma carapuça de forma oblonga, de cor vermelha. Era o legítimo e mais tradicional símbolo popular de liberdade. É a origem do barrete frígio, tornado posteriormente a imagem da liberdade individual e coletiva, materialização do governo republicano. O Pileus posto na cabeça de um escravo era a libertação. Para o saci, o pileus significaria que ele é livre para importunar a paciência alheia ligado a idéia de encantamento, da força misteriosa dos talismãs. Converge ainda a cor vermelha, sugestionadora e com séculos de significação sagrada.
FONTE: Amaro de Oliveira Monteiro, especialista em Saci
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